terça-feira, 7 de setembro de 2010

Autópsia

Nunca parei pra pensar na perda.
Acho que é mais fácil nos poucos momentos em que isso me vem a cabeça, vê-la como uma pequena e remota possibilidade de algo que possa vir a me atingir, 'caia', melhor, desabe sobre mim, ou que eu tenha que lidar.
Prefiro ver desse ângulo distante, ter essa perspectiva de 'coisa que só acontece em filme', prefiro não sofrer por antecipação o que sei que um dia vou enfrentar. E estaria eu errada ? Auto-preservação, defesa, instinto, chame como quiser; Aí está a resposta para o 'não me jogo de cabeça em certas coisas, penso muito antes de agir, tenho medo, não sei o que fazer...'
No fundo o pior não é a perda em si, mas a dor da perda, a impotência diante de algo que foge do seu controle, sentir sentimentos que antes não deveriam existir, deixar a tristeza sem permissão tomar o posto da felicidade fingindo que não vê.
Eis então um corpo parado, sem vida, 'aparentemente' sem vida, pois ninguém presente faz jus a vida vivida por aquela pessoa, ninguém relembra os bons momentos que deveriam ser lembrados mas só pensam no que será agora sem essa pessoa, só há lágrimas, e o que seriam lágrimas além de água nos olhos ? Por que não um sorriso que mostra muito mais, diz muito mais, faz muito mais que lágrimas ?
Há vários tipos de perdas, das mais simples ou até fúteis as mais importantes ou significantes, no final a palavra perda sempre vai ter o mesmo significado pro mundo nós é que mudamos isso.

domingo, 5 de setembro de 2010

Juízo de valor

E agora como se acordando rapidamente de um pesadelo inacabado tudo parece claro, mais claro que o normal, assustadoramente claro como felicidade só depende de quem a quer possuir. Dizer que ela está logo ali é a mais pura verdade por mais clichê que pareça, só esse ali é difícil de se entender...
Quando fica claro, o possuidor não quer fazer outra coisa além de passar essa felicidade adiante, mostrar o quão fácil é adquirí-la e como não se passa de uma questão de escolha. Essa felicidade tem nome, Jesus.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Relato da 00h

Ela permanece em seu estado normal, quieta. Ele, já acostumado com o barulho confortável do seu silêncio continua com o pensamento não muito distante dali. Ela acha que deve fazer alguma coisa mas não faz. Ele não acha nada. Ela é péssima em tomar decisões, ele sabe disso. Ele sempre teve uma decisão: fazer com que ela tome a sua.

domingo, 4 de julho de 2010

antropóloga

Ainda tenho aquele 'que' de criança que senta no banco da praça e guarda cada detalhe que seus olhos conseguem captar, olhos com 'raio-lazer' que não vêem simplesmente o que conseguem ver. Mania antiga de antes de tudo olhar no olho da pessoa, e sem nenhuma permissão criar sua vida, não a julgo, não a culpo, não a ponho como vilã, não faço dela protagonista, só imagino. Tão mais legal criar histórias para os outros a pensar em consertar a minha, tão mais legal viver constantes devaneios e morar distante da frustração da realidade, tão mais legal... tão mais covarde. Mas ainda tenho meu 'que' de criança, ainda sou café com leite nos 'piques' da vida, ainda acredito em contos de fadas, ainda sonho em realizar meus sonhos, ainda saio pra correr na chuva, ainda levo 'esporro' da minha mãe, ainda quero ter super poderes, ainda como pizza com a mão, ainda quero resolver os problemas de todo mundo, ainda sou antropóloga da vida. Bons tempos...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Crônica

Acordei, pensei no Brasil, JOGO do Brasil, fui fazer prova de Biologia, tentei dar cola, só tentei. Vim pra casa, me arrumei torcendo com todas as forças pro Brasil ganhar esse jogo, ele perdeu. Chorei, comi chocolate, pensei no que eu precisava pra conseguir casar com o kaká, me vi com um gordo vendo o kaká jogar. Fui assistir o Uruguai, torci pra Gana, torci pro Uruguai, Gana de novo, Uruguai ganhou, chorei por Gana. Lembrei que só daqui a 4 anos vou ver o Brasil jogar de novo, ouvi a famosa frase 'é só um jogo... a vida continua.' ou 'eles estão ganhando milhões... a vida continua.' JÁ entendi que a vida continua. Minha vida é uma desordem, e me irrito profundamente com isso. Não entendi até agora o porque do título ser crônica, mas pelo menos isso foi exatamente do jeito que EU quis.


domingo, 25 de abril de 2010

11:11

Hoje me agarro a crenças que me trazem pra perto do que quero que seja verdade.
Procuro em palavras embaralhadas sentido, busco nos mais improváveis sentimentos um escape do previsível.
Assisto paixões não correspondidas, supostos amores desmoronando como castelos de areia, o meu já desmoronado, antes mesmo de ser construído, não consigo mudar de canal.
Sinto pena de pessoas que nunca conheci e me encaixo perfeitamente no que elas vivem sem nem perceber onde estou me 'metendo'.
Reclamo sim, de coisas bobas, choro quando tem que chorar, saio atrás de coisas pra fazer e no fim não dou conta de nada, tento de todas as formas mostrar quem realmente sou, mas só sou quem sou quando ninguém está vendo.
Dramatizar faz parte do teatro em que vivo, aqueles que amo são os protagonistas e felicidade é o que mais está escrito no script.
Por um momento esqueço de tudo e me sinto normal, pego o celular, vejo 11:11, acabei de abrir a porta para o turbilhão de sentimentos recomeçar.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

tenho medo

das coisas continuarem as mesmas previsíveis, monótonas.
de acordar e perceber que tudo mudou tragicamente.
tenho medo do que realmente gosto, ir, e não voltar mais; de perder o olhar que hoje tenho pela vida, de realizações não passarem de sonhos, de me decepcionar.
de perceber que a culpa foi minha, que pensei demais, me iludi demais, agi de menos.
de querer voltar atrás pra mudar 'quase' tudo e não ter como, de fechar os olhos pro presente e cansar de fazer planos pro futuro.
de reclamar demais, e não prestar atenção nas pequenas coisas.
de não agradar, não fazer falta.
de não conseguir mostrar quem eu realmente sou, não fazer A diferença e me preocupar demais com o que pensam.

mas são meras palavras, sentimentos escritos representando verdades ou não, tudo não passa de ponto de vista, de momentos em que realmente eu escrevo meu destino e digo onde cada ponto, cada vírgula, cada parágrafo vão estar presentes... e estes, talvez por medo, obedecem.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A falta

Faz falta ter momentos explosivos de criatividade em que não se consegue por em um texto tudo que se tem a dizer.
Sinto, mesmo que só um pouco, falta de problemas sem solução, em que se quebra a cabeça e nunca se acha uma saída, mesmo que esta esteja bem na sua frente.
Falta se traduz num vazio que antes já foi ocupado, e hoje mesmo que se tente procurar, não sabe-se onde achar.
Falta tenho de olhar com outros olhos, pra mim, pra vida, pras pessoas, de não ver normalidade em nada e continuar acreditando que meus sonhos vão se realizar.
Só não sinto falta, da falta que sinto.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

passando a limpo

Alguma noite desse ano...
Muita coisa passou, outras mais mudaram. Hoje não posso afirmar o que sinto, amanhã não terei certeza do que disse hoje. Continuo pensando nas tamanhas coincidências que o destino vem pregado e em como tudo se contradiz com tanta facilidade. Até quando isso vai durar ? Ou será que haverá um 'quando' em que não precisarei escrever esses textos pra me auto-avaliar ?

No momento minha companhia sou eu mesma, e os ouvintes o papel e a caneta.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

tarde de hoje

sem fazer nada, deitada no chão, olhando pro teto, cachorra do lado, tédio sem fim, pensando no ano, escola, deu fome, levantei, começo a andar, mais tédio, entro no blog, escrevo mas apago, deito no chão de novo, começo a pensar na vida, fico mais entediada, penso em passear com a cachorra sofrida, desisto, fico no chão, entro na internet.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

talking 'bout us

Nós odiamos ficar paradas, mas conseguimos passar fácil um dia inteiro vendo séries no computador.
Temos várias músicas no iPod, mas geralmente ouvimos só uma repetidas vezes.
Damos muito mais valor a companhia do que ao lugar.
Choramos por nós, choramos pelos outros, choramos de alegria, choramos de saudade, choramos por nada e por tudo.
Acreditamos em destino e não em coincidências.
Ainda assistimos contos de fada da Disney, e geralmente vemos um mesmo filme mais de 5 vezes.
A gente nunca dorme quando deita na cama, ouvimos várias músicas, ou pensamos em várias coisas antes de pegar no sono.
Contamos tudo para nossas amigas.
Sim, ainda nos apaixonamos por celebridades.
Sofremos por nunca conseguir demonstrar quem realmente somos ou o que pensamos, mas continuamos tentando.
Odiamos ser comparadas, mas sempre fazemos comparações.
Não vemos sentido nas palavras: 'amor próprio' mas sabemos que sem elas perdemos o controle.
Somos contraditórias, mas temos uma opinião formada.
Amizade não tem preço.
Adoramos viajar, e sempre temos um momento depressão-nostalgia vendo as foto
Pensamos mais que agimos.
Confiamos muito nas pessoas, e na maioria das vezes quebramos a cara por isso.
Sonhamos, sonhamos, sonhamos e nunca deixamos de acreditar que eles vão se tornar realidade.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sem razão

Minha vontade agora é de começar a escrever sobre uma coisa e terminar falando de outra totalmente diferente, é não ter restrições, nem pensar demais, é sair digitando o que der na cabeça e esvaziar um pouco tudo que eu penso e não boto pra fora. É tentar organizar ou esclarecer muita das coisas que me fazem chorar do nada, é tentar achar o porquê de tanta gente sofrendo e tantas outras não dando valor ao que tem, é admirar quem percebe pequenas atitudes e agradece todos os dias por estar vivo, é sofrer por quem eu nem conheço, e mais ainda pelos que conheço, é começar a pensar em sorte, destino, coincidências e de repente não pensar em nada, é ser dramática e aprender a curtir minha própria companhia, é não pensar no que o outro tem, mas acreditar que ainda há muita coisa por vir, é cantar sozinha, olhar pra lua, sair correndo, lançar tudo que me preocupa pra fora, é estar vazia mas não sentir um vazio, é conhecer meus momentos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Praia

Descobri o mar, relembrei o que é ter costas queimadas e rosto vermelho de um dia inteiro no sol, tomei um 'caixote' atrás do outro e depois ri quando vi todo mundo olhando pra ver se eu estava viva. Andei pela areia sem rumo, sem hora, sem preocupações... Falei, falei, e não parei de falar. Sentei na mala de um carro com os pés pra fora, fui rindo e comendo poeira até chegar à praia de novo. Joguei água nos outros, pulei 7 ondas sem estar no reveillon, cacei tatuís, peguei conchas, deixei o vento tomar conta, prendi o cabelo porque não estava mais dando certo. Apostei corrida, botei os óculos de sol, falei mais, andei mais. Entrei no mar de novo e aprendi que em ondas grandes você mergulha e não vai por cima! Boiei, pensei na vida, começando a ficar mais quieta do que o normal, depressão momentânea.
Centralizei todos meus pensamentos naquele momento, e em como eu odeio ficar sozinha, e em todos os amigos que estavam a minha volta, e na felicidade que eu estava começando a sentir, e nas ondas que estavam se formando, que não vale a pena depender de alguém pra ser feliz, nem pensar todo o tempo em uma só pessoa, a onda veio, eu mergulhei, e levantei outra.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Incerto

Programar o dia de amanhã é a certeza da rotina. Pensar muito no que falar pra quem você quer que te ouça é a certeza do fracasso. Fazer comparações é a certeza da insatisfação. Se entregar por completo é a certeza da perda de controle. O amor é a certeza da felicidade. A vida é a certeza do presente. A morte é a certeza do futuro. Imaginar o que você vai ser, que faculdade vai fazer, onde morará, com quem casará, quanto tempo viverá, se fará alguma coisa diferente pro mundo, se será feliz e se o que deseja se realizará é a certeza do incerto.
No final o incerto é o interessante, o diferente, o inesperado, o surpreendente, o que te faz chorar de alegria e o que te faz achar que viver vale a pena, pois a certeza é sinônimo do previsível.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ponto de vista

Alegria, vontade de viver, música animada tocando. Sonhos, acreditar que a maioria deles se tornará realidade, criar planos pra vida. À noite, antes de dormir, pensar tanto neles que acorda querendo dormir de novo. Durante o dia vem a depressão... aquela visão de tudo, que não é bem vinda, o dramático da vida.
"Nada da certo nem dará, tudo que eu quero não vai se concretizar."
Um tempo depois... Exagero, tudo é tão simples, a gente que complica, o que importa é ser feliz, se é sozinho ou não, se é aqui ou lá, uma busca constante e incansável pela felicidade que pode durar pouco mas é indispensável.