terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mais um passando sem ser percebido


Quisera eu um carro meu, velho, com gasolina suficiente pra não parar nem pra dormir na estrada. Botaria meu carro no piloto automático e iria pra onde Ele, o carro, quisesse me levar. Sem compromisso, sem horários, sem satisfações pra dar, sem ninguém que nos fizesse voltar. Eu quero é seguir, correr em busca de um lugar de nome Meu, quero que o Amor com extrema sinceridade me ensine que por melhor que seja tê-lo ao redor, um dia só restará Solidão a me acompanhar.
Confesso que não estou pronta, não pintei ainda as paredes do meu quarto sem pincéis, não saí escrevendo a casa inteira com caneta permanente, não aprendi os nomes das ruas da minha cidade, não sei cozinhar, cantar, ou desenhar; gastei o tempo em que podia aprender essas coisas, dançando. Não magoei seriamente ninguém, nem dei aulas gratuitas de balé para crianças carentes; voar de asadelta, aprender a surfar, dormir 24h direto, sair por aí com nada além de uma máquina fotográfica em mãos? Nada disso fiz; falta muita coisa.
Insisto em pular capítulos da minha vida, como ao assistir um dvd, incapaz de apertar o botão 'avançar' na menor velocidade possível. Ainda quero aprender a dançar música lenta, forró, dançar a dois; dançar sozinha? sei bem como é. Faço meus passos, ouço minha música, olho no espelho e me vejo, dançando.
Quero, do verbo já não tenho mais tanta certeza se vou conseguir; presente de desistir que insiste em tomar todos os tempos verbais da palavra ideal que é querer.
Infelizmente não vai ser hoje nem amanhã, nem pretendo planejar qual será o dia em que estarei no meu carro, velho, sem rumo, completamente vazia de planos, seguindo em uma só marcha; preciso antes, aprender a dirigir.

2 comentários:

Dalton Mesquita Filho disse...

Meu pai sempre diz que quando ele era jovem a musica modinha da epoca dizia que 'quem sabe faz a hora, não espera acontecer'. Dai ele tirou toda a filosofia de vida dele durante a juventude, não se deve esperar, não se deve andar devagar, o que se deve é andar a quinhentos por hora pra chegar logo no destino, e muitas vezes ele diz que perdeu a viagem, deixou de apreciar o passeio que é a vida. Hoje ele diz que a música que o inpira diz que 'devagar a gente chega no compasso do Criador, a gente chega nas estrelas, chega aonde quiser, só nao chega se acabar a nossa fé'. É dificil ver que nós somos jovens demais pra nao sair por ai com um carro, conhecendo o mundo explorando a vida. Ficamos sempre focados numa coisa unica, e perdemos o que esta em volta. Talvez o melhor seja escutar meu pai e o seu texto mesmo (:
grande beijo, parabens pelo texto

Bárbara disse...

Ontem meu texto era esse, hoje consigo claramente ver mudanças pequenas que gostaria de fazer nele e que trocariam minha música modinha que inspira a escrever.
Lembrança detalhada a sua, do jeito que eu gosto :)
Obgrigada, de vdd; a propósito, comecei a aprender a dirigir esse verão!